quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Zaqueu

Evangelho segundo S. Lucas 19, 1-10

Jesus entrou em Jericó e começou a atravessar a cidade.
Apareceu então um homem chamado Zaqueu, que era chefe de publicanos e rico.
Esforçava-se por ver Jesus, mas, devido à multidão, não podia vê-lo, por ser ele próprio de pequena estatura. Correu à frente e subiu a um sicómoro.
Assim que Jesus chegou ao local, olhou para cima e disse-lhe:
«Zaqueu, desce depressa, que eu hoje preciso de ficar em tua casa».
Ele desceu rapidamente e recebeu Jesus, cheio de alegria.

Ao verem isso, começaram todos a murmurar, e diziam que Jesus tinha ido hospedar-se em casa de um pecador.
Entretanto, Zaqueu parou e disse ao Senhor:
«Olha Senhor, vou dar aos pobres metade dos meus bens e, se causei qualquer prejuízo a alguém, restituirei quatro vezes mais».
Disse-lhe Jesus:
«Hoje entrou a salvação nesta casa, porque Zaqueu também é filho de Abraão.
Com efeito, o Filho do homem veio procurar e salvar o que estava perdido».














Com a nossa imaginação recuemos dois mil anos e vamos entrevistar Zaqueu. (Um jovem vestido de judeu e um jornalista)


Zaqueu, quem és tu?

Eu sou um judeu, chefe de publicanos. Tenho como profissão cobrar os impostos para o imperador romano.

Parece que as pessoas não gostam muito de ti.

É verdade.
Consideram esta profissão como impura, simplesmente porque trabalhamos para os romanos, que são pagãos. Temos até fama de sermos ladrões, pois às vezes alguns de nós vão recebendo o dinheiro e ficam com algum para si próprios.
Mas isso de ter má fama não me preocupa muito.

Por que é que decidiste ir ter com Jesus?

Eu tinha tudo na vida; era rico.
Mas estava profundamente insatisfeito.
Participei em muitas festas, mas nenhuma delas me deu a alegria que eu buscava. Por isso, decidi ver Jesus. Pelo que ouvi dizer dele, seria a única pessoa capaz de entender o meu drama interior.

Conta-nos como se realizou esse encontro.

Eu fui para junto do caminho onde Ele deveria passar.
Como toda a gente me considera de pequena estatura, eu subi a uma árvore, um sicómoro. Esperei lá em cima escondido, pois as pessoas desprezavam-me e, se me vissem, eram capazes de correr comigo.

E que fez Jesus quando passou junto de ti?

Jesus, ao passar, levantou o olhar para mim.
Olha para mim de baixo para cima, com ternura, e não de cima para baixo, com altivez.
E chamou por mim.
Não me chamou «impuro» mas apenas pelo nome.
E disse para eu descer que devia ficar em minha casa.

E tu, que fizeste?

Desci imediatamente e recebi-o com alegria.
O que Jesus queria era estar comigo, pois percebi que Ele tinha vindo não para os justos mas para os pecadores. E eu era um desses pecadores que queriam mudar de vida.

Como decorreu o encontro em tua casa?

Não posso resumir em poucas palavras a alegria deste encontro.
Apenas me esforcei por acolhê-lo bem. E Ele passou a ser o meu maior amigo.
Descobri que a verdadeira alegria, que procurava desesperadamente, estava em acolher Jesus na minha vida.

Foi Jesus que te mandou repartir os bens?

Não.
Mas eu percebi que quem ama Jesus tem de amar os outros.
Por isso, como era rico, prometi que iria dar aos pobres metade dos meus bens e restituir quatro vezes mais a quem prejudiquei.
Afinal a felicidade não estava em ser rico. Com Jesus é que se pode ser feliz.

E como é que as pessoas reagiram a tudo isto?

Começaram a criticar Jesus, dizendo:
«Imaginem! Foi hospedar-se em casa de um pecador!».
Mas Jesus não se importava nada com o que diziam dele.

Como acabou esse encontro de festa em tua casa?

Jesus disse:
«Hoje a salvação entrou nesta casa».
E partiu feliz, pois era essa a sua alegria: ir ao encontro dos pecadores para lhes mostrar o amor de Deus.

Muito obrigado Zaqueu, pelas tuas palavras.
A tua atitude será recordada por todas as gerações.



O Zaqueu do Evangelho é cada um de nós.

- Como Zaqueu, precisamos de procurar Jesus.

- Quando colegas nossos procuram a alegria em tantas coisas, nós vamos procurá-la em Jesus.

- Como Zaqueu, abrimos-lhe a porta da nossa casa.
Para que ele se sente connosco à nossa mesa e jante connosco.
Ele deve entrar em nossa casa!

- Como Zaqueu, precisamos de mudar de atitudes. Não teremos a sua riqueza para repartir, mas temos outras coisas para dar aos outros necessitados.

O Zaqueu do Evangelho é cada um de nós. Pensemos nisto.




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